O Vira-lata é uma paixão nacional. Ele aparece como o pet favorito dos brasileiros em diferentes pesquisas. A origem desses queridões remonta à própria existência dos cachorros. Afinal, antes de o homem iniciar as seleções controladas, a reprodução era guiada pela natureza. O vira-lata, portanto, é um cão de raiz. De muitas raízes. A mistura genética é um dos seus trunfos. Como tem influências diversas, o Sem Raça Definida (SRD, sigla usada pelos veterinários) apresenta uma gama variada de tamanhos, cores e habilidades.
Menos propenso a doenças genéticas, o vira-lata tende a dar menos despesas do que os cães de raça. E esse despojamento pode ser o segredo da sua popularidade. Ele é gente como a gente. E não desiste nunca: o vira-lata tem uma grande capacidade de resistência e adaptação. Entretanto, requer cuidados como qualquer outro cachorro. Vale ressaltar que o conceito de SRD varia de acordo com o lugar. Em países de língua inglesa, por exemplo, existem as mixed breeds (em português, raças mistas). A definição se refere a filhotes gerados a partir da mescla de duas raças conhecidas pelo criador. Assim, se os pais forem um casal de poodle e shihtzuh, por exemplo, o cãozinho será considerado um shih-poo. O mesmo vale para o labsky, uma mistura de labrador e husky. Nos EUA, as competições reservam categorias para os híbridos.
Por aqui, o vira-lata tornou-se um símbolo negativo. E sem ter culpa alguma. O termo viralatismo foi criado para identificar a baixa autoestima do País quando algo dá errado. Começou com o fracasso na Copa de 1950. Após a derrota para o Uruguai, no Maracanã, o escritor Nelson Rodrigues cunhou a expressão “complexo de vira-lata”. O brasileiro, dizia ele, havia se tornado um vira-lata entre os homens. Pensando bem, não é de todo ruim.
Fontes
Foto: https://br.pinterest.com/vanessaserra/
Texto: https://super.abril.com.br/ciencia/as-20-racas-de-cachorro-mais-queridas-do-brasil/