Estamos na Inglaterra do século 12. Um grupo de homens vibra ao redor de um picadeiro. No centro, um touro furioso dá coices sem parar. O motivo: há um cachorro com os dentes cravados em seu focinho. As patinhas balançam no ar. O cão é corpulento, bravo e atarracado. Hoje, a luta dele é contra o touro.
Amanhã, pode ter de encarar um urso. A origem dos buldogues é, no mínimo, bizarra. Eles eram cães de briga que enfrentavam adversários com dez vezes o seu tamanho. Por isso, os criadores privilegiavam os exemplares mais ferozes, musculosos e resistentes à dor. Foi assim até o começo do século 19, quando os britânicos baniram esse tipo de divertimento. A proibição alterou a forma como a raça era selecionada. Dali em diante, os filhotes mais dóceis ganharam privilégio.
E o resultado pode ser visto hoje em qualquer parque mundo afora. O buldogue inglês preservou a cara de mau, mas se tornou um bichinho muito amável. São ótimos cães de companhia – especialmente se o dono não é chegado ao agito. É que esses mascotes costumam ter pouco fôlego, em razão do focinho curto, que dificulta a respiração. Já o buldogue francês é mais ativo. Gosta de brincar e correr. A história dessa variante da raça tem algumas versões.
Uma delas diz que eles eram excluídos das ninhadas de buldogues por serem menores e menos musculosos. Alguns filhotes foram levados à França por artesãos ingleses. Lá, cruzaram com os terrier boules – exímios caçadores de ratos, egressos da Bélgica. Daí surgiram os bouledogues, como os franceses os chamam ainda hoje. No início do século 20, o cão virou febre em Paris. Era a raça dos artistas e intelectuais. As mulheres os amavam: dóceis, fortinhos e com caminhar malemolente, os buldogues eram comparados aos malandros da boemia parisiense. Os dois buldogues guardam algumas diferenças. O inglês é maior, tem mais dobras na pele e a orelha caída. Já o francês tem as orelhas pontudas como as de um morcego.
Fonte
https://super.abril.com.br/ciencia/as-20-racas-de-cachorro-mais-queridas-do-brasil/